NIE WIEDER
Hoje, apenas a brancura das lágrimas de um céu tornado mudo, as palavras "nie wieder", o horror de Auschwitz recordado.
É preciso lembrar o que as vítimas tiveram de esquecer, hoje, debaixo da brancura das lágrimas de um céu tornado mudo.
Não gosto de palavras extensas, como eternidade ou absoluto. Prefiro as palavras tensas que cumprem este lugar de equilíbrio entre o dever da memória e a necessidade de esquecer: "nie wieder".
Hoje, debaixo da brancura das lágrimas de um céu tornado mudo, as palavras "nie wieder", o horror de Auschwitz recordado, precisamente no dia em que deixou de existir na vida das vítimas e em que passou a viver na memória de todos.
Depois de Auschwitz é possível a poesia.
Só hoje não. Hoje, apenas a brancura das lágrimas de um céu tornado mudo.
"Nie wieder". Nunca mais.
As palavras tensas da esperança.
1 Comments:
Excelente texto!
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