Antropos
Confessemos: quem de nós sabia o nome do presidente pró-russo na Tchéchénia? Talvez nos lembremos melhor dos chapéus à Mobutu. O que interessa no entanto é que todos nós lamentamos a sua morte, como lamentamos diariamente a morte de todos aqueles que nunca chegámos a conhecer e cujo nome nem sabemos pronunciar.
Restam aqueles que, cegos, puseram o coração à cintura e se fizeram explodir. Será esse o fundamento da Antropologia? Essa a diferença abissal entre a esmagadora população do mundo que quer viver e esses outros que cremaram já todos os dias que ainda não chegaram?
E chegarão?
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